06/07/2025

História de Venda das Flores

A história de Venda das Flores remonta ao ano de 1840, quando José da Silva Bastos, um grande fazendeiro vindo de Bicas, Minas Gerais, chegou à região e tomou posse de terras que pertenciam ao Coronel Pirico , dono da Fazenda Cachoeira da Laje. José, em busca de novas oportunidades, iniciou a construção de uma fazenda nas terras que acreditava serem desabitadas, sem saber que já pertenciam ao coronel.

Com muito trabalho e dedicação, José da Silva Bastos transformou a área em uma grande propriedade, voltada principalmente para a produção de café, que, na época, era um dos produtos mais valiosos da economia regional. Sua fazenda cresceu e se destacou pela qualidade das lavouras e pelo esforço incansável de José. O café cultivado ali ganhou notoriedade, e a fazenda se tornou um dos maiores centros de produção agrícola da região.

Ao saber da ocupação de suas terras, o Coronel Pirico decidiu ir até o local para retomar a propriedade. No entanto, ao chegar à fazenda, deparou-se com uma grande estrutura já estabelecida e um trabalho árduo que transformou a terra em uma verdadeira plantação de café. Impressionado com o esforço e o sucesso de José da Silva Bastos, o coronel decidiu não tomar as terras de volta, mas sim propor um arrendamento. Assim, José continuou a trabalhar na terra, pagando um valor mensal ao coronel pelo uso da propriedade.

Esse arrendamento entre José da Silva Bastos e Coronel Pirico gerou uma relação de respeito mútuo. Durante os pagamentos mensais, José passou a frequentar a Fazenda Cachoeira da Laje, onde, em uma de suas visitas, conheceu a filha do coronel. Com o tempo, José da Silva Bastos pediu-a em casamento, unindo-se à família do coronel e consolidando ainda mais seu status na região.

Além de ser um grande fazendeiro, José da Silva Bastos possuía várias outras propriedades e um grande número de escravos, que eram comuns entre os produtores de café da época. Sua influência na região era inegável, e seu nome passou a ser reverenciado por muitos. Posteriormente, em homenagem ao seu legado, uma das principais ruas do distrito foi nomeada Rua Coronel Pedro Bastos, em referência a seu filho, perpetuando a importância da família na história local.

O nome “Venda das Flores” surgiu, na verdade, de um comércio estabelecido na região, que se tornou um ponto de referência. A venda, situada fora dos limites da fazenda de José, tinha sete portas na fachada e se tornou o centro de abastecimento da região. Era frequentada por agricultores, colonos e comerciantes que viajavam de várias fazendas vizinhas para adquirir produtos essenciais como café, sal, açúcar, carne seca e outros mantimentos.

A venda estava situada em uma área cercada por uma grande quantidade de flores, que eram abundantes nas redondezas, decorando e embelezando o cenário. Com o tempo, as pessoas começaram a se referir ao local como “a venda das flores”, e o nome acabou se popularizando, sendo adotado para todo o distrito. Mesmo após o fechamento da venda, o nome permaneceu na memória coletiva e se consolidou como a identidade oficial da região.

A história de Venda das Flores ficou ainda mais marcante com a emancipação de Miracema, quando a localidade passou a ser reconhecida oficialmente como o terceiro distrito de Miracema, em 1936. Esse marco trouxe uma nova organização política e administrativa à região, e a área que um dia fora apenas uma grande fazenda e um pequeno ponto comercial, agora se tornava parte de uma estrutura administrativa maior.

Apesar da demolição da antiga venda nos últimos anos, a região de Venda das Flores manteve sua essência histórica. Hoje, a localidade é lembrada por sua rica história, que reflete o trabalho árduo e a coragem de seus primeiros moradores, como José da Silva Bastos, que, com perseverança, fez da terra um próspero centro de cultivo de café e ajudou a moldar a identidade da região. O nome Venda das Flores ainda carrega o legado dessa história e é um símbolo do desenvolvimento e da luta pela construção de uma comunidade.

Venda das Flores, com seus campos de café, paisagens floridas e forte tradição rural, continua a ser um local de grande importância para todos aqueles que conhecem sua história e preservam suas memórias. A localidade, que começou como um ponto de comércio e se transformou em um centro de cultivo agrícola e influência, é, até hoje, um marco na história de Miracema e região, mantendo vivas as tradições que seus primeiros habitantes estabeleceram.

Bruno Marques
Secretário de Cultura e Turismo de Miracema

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